Isaltino Insustentável

Isaltino Insustentável

 

A política de betão de Isaltino está a deixar o nosso concelho numa situação insustentável. A construção ocupa já toda a área disponível de Oeiras e o plano é que venha a ocupar as réstias que são classificadas para outros fins.

 

Uma Câmara que se sustenta com as verbas da construção é insustentável a prazo, uma câmara que pretende tudo betonizar, incluindo os leitos de cheia dos seus cursos fluviais, está neste tempo de alterações climáticas a ditar as cheias que irão alagar as zonas ribeirinhas. O ano passado já morreram pessoas, no futuro será, certamente pior.

 

Na ansia de tudo construir a Câmara não atua perante quebras evidentes das regras, como as que têm sido denunciadas pela pró-Associação de Moradores de Miraflores, na construção do Parque dos Cisnes em Miraflores-Algés.

 

Oeiras está, como todo o país, a diminuir de população. Será sustentável prosseguir a construção? A pandemia mostrou às empresas as vantagens do teletrabalho que agora continua em diversas formas. Será sustentável prosseguir a construção de centros de escritórios? Surgiu recentemente o World Trade Center, um gigantesco espaço de escritórios, construído junto ao leito de uma das ribeiras de Oeiras. A poucas centenas de metros ergue-se o complexo de escritórios do Arquiparque e adjacentes que está parcialmente desocupado. Para quê mais escritórios?

 

Esta sobre construção de escritórios tem o seu revés imediato na descida da qualidade de vida dos habitantes, nas filas de trânsito que agora impedem a deslocação, na destruição da paisagem natural, na betonização das melhores e mais férteis terras agrícolas do país. Eis como se constrói a insustentabilidade: com betão.

 

Oeiras, um dos territórios mais agradáveis para se viver, está a transformar-se numa enorme colmeia de betão, com menos habitantes mas mais sobrepovoada (devido à presença excessiva de empresas e escritórios), mais lenta (devido ao excesso de carros), mais poluída e mais feia. Em suma menos atrativa para a vida familiar.

 

Depois de mim o dilúvio parece ser o mote de Isaltino que se prepara para nos legar um concelho betonizado, insustentável e sem concerto. É preciso mudar.